domingo, 11 de novembro de 2012

Resenha do Filme Laranja Mecânica por Camila Nágila, Tânia e Lizangêla (mat)


        O diretor Stanley Kubrick retrata um mundo futurista, onde uma gangue aterroriza a sociedade, com vandalismo, brigas com outras gangues, estupro e outros crimes.O líder da gangue (Alex) é preso, e através de um programa de condicionamento, volta às ruas modificado. Quando pensa ou tenta algum ato violento, o seu organismo reage com crises de pânico, vômito, tontura. Esse condicionamento foi realizado através de sugestões visuais, onde ele assistia a cenas de violência sem sequer poder piscar os olhos, que se mantinham abertos à força, sendo molhados com colírio.Em seu retorno à sociedade, ele encontra todas as suas vítimas, que se vingam dele, que não consegue reagir por causa do seu condicionamento. É espancado por um de seus ex-colegas que se tornou policial e, em seu caminho, cruza com um senhor que ficou paralítico e que teve a esposa estuprada e morta ao serem agredidos por ele. Esse senhor o reconhece somente quando ele está na banheira e canta uma música, a mesma que ele cantou quando o estava agredindo. Como as outras vítimas, vinga-se, mandando um emprega do agredi-lo. Depois de passar por todos os percalços, Alex volta ao seu estado normal através de uma cirurgia no cérebro, pelas mãos de um congressista que quer utilizá-lo como vítima do sistema para sua campanha eleitoral. Tem então, “lindas visões”, recheadas de violência e morte. 
        O que o filme transmite é a incapacidade do Estado de compreender os criminosos, no caso, as gangues de adolescentes que, por puro prazer, destroem, roubam, estupram e matam. O maior exemplo dessa incompreensão é o fato de Alex, o adolescente protagonista, cometer altos crimes e, simultaneamente, amar a música clássica de Beethoven e ler a Bíblia.  De fato, o Estado e talvez o próprio ser humano, não compreendem a verdadeira natureza dos homens e sequer as consequências das suas próprias decisões. Até mesmo nós estamos amarrados em camisas de força, nossos olhos estão abertos sem possibilidade de fechar os mesmos e ainda somos obrigados a fazer o que o sistema nos impõe. A cada dia nosso direito de escolha, de contestação e nossa capacidade de despreendimento e raciocínio crítico nos são tirados.A violência não será curada por lavagem cerebral. Não adianta tranformar criminosos em "laranjas mecânicas", como máquinas, tirando-lhes o direito de escolha. A técnica ('Ludovico') usada no jovem Alex é a pura síntese do Totalitarismo e de como esse tipo de governo não se importa com a liberdade de expressões e ideias. O tratamento de usar imagens de ultraviolência para curar a violência do indivíduo é totalmente contraditório, algo inadmissível para o personagem principal, Alex. O Mal está em todos nós, inclusive naqueles que pretendem acabar com ele.
            No referido filme temos um excelente exemplo de como utilizar certos conhecimentos da Psicologia para o exercício do controle social. O controle do comportamento social é feito através da técnica Ludovico(recuperação de prisioneiros que garante a liberdade imediata) que, com princípios psicológicos behavioristas de condicionamento, introduz em Alex o mal-estar físico ligado a qualquer comportamento violento. Como no conceito adotado pelo filósofo Skiner, adepto do beharviorismo, Alex, personagem principal do filme, vincula o seu sofrimento físico a atos de violência introduzidos através do vídeo que ele assistiu exaustivamente, sem ao menos poder fechar os olhos. Esse tipo de condicionamento, ou técnica beharviorista, relacionando um efeito (seu mal-estar) a uma causa, violência, se faz presente,através da teoria comportamental ou seja seu comportamento é moldado, com os propósitos de outros. Com isso, nota-se no filme diferentes vertentes das possibilidades dos seres humanos, sobre seu diferentes, comportamentos e estilos.

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