quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Comentários Sobre a Situação VI, por Karine Gonçalves e Kamila Maria (Mat.)


A negligência na enfermagem é a falta de atenção ou cuidado, a inobservância de deveres e obrigações que se evidencia pela falta de cuidado ou de precaução com quem recebe os cuidados de saúde. A negligência consiste na inação, inércia, passividade ou omissão; entendendo-se que é negligente é a pessoa que podendo ou devendo agir de determinado modo, por indolência ou preguiça mental, não age ou se comporta de modo diverso (Oguisso, 1999).
Na situação VI, é relatado que uma jovem recém-formada, já trabalhando na área de enfermagem comete uma das falhas mais comuns na enfermagem: a negligência.  Ela se vê em uma situação em que sente nojo do paciente e por isso não consegue realizar sua função. Em função deste comportamento, sua colega de trabalho resolve denuncia-la para a supervisora do setor. A supervisora procura conversar com a jovem a sós, e percebe que, na verdade, a mesma não dá conta da a situação, pois tem medo de se infectar e não consegue lidar com a gravidade do sofrimento de sua paciente. 
Acreditamos que muitos enfermeiros têm dificuldades em desenvolver o cuidado com o paciente, devido fatores como a falta de conhecimentos específicos sobre o câncer, dor crônica e sua terapêutica. Por essa razão também, eles têm dificuldades nas habilidades expressivas para promover o apoio psicológico adequado (Silva & Zalgo, 2001). O graduando em enfermagem deveria, por isso, ter ao longo de sua formação uma preparação psicológica, estudar sobre as diversas situações que certamente encontrarão ao longo de sua vida profissional. Casos como este descrito acontecem muito com enfermeiros recém- formados.
Foi possível constatar que não há muita diferença entre enfermeiros formados há muito tempo, em comparação com os recém-formados em relação no preparo diante da morte e do morrer. Isso de evidenciou no fato de que não houve mudanças significativas na formação dos futuros “enfermeiros” diante desta situação. Embora boa parte dos enfermeiros não tivesse preparo para lidar com a morte, muito deles a veem como um processo natural - um percentual de 61,1% - devido seu preparo que acontecera no ambiente de trabalho (Furtado et al., 2011).
Como é mostrado nessa pesquisa, os graduandos em enfermagem não estão tendo um preparo psicológico principalmente em relação a morte na faculdade, o que dificulta as relações de enfermeiro /paciente, nas suas vivências profissionais.
Então, não basta saber as técnicas, conhecer o funcionamento fisiológico do corpo humano, é importante os estudantes terem noção da realidade hospitalar desde o início do curso. Percebemos que a matéria de psicologia não é tão valorizada no curso de enfermagem. Sendo de extrema importância que sejam incluídas mais disciplinas que demonstrem a subjetividade do cuidado.

Oguisso T, Schmidt MJ. O exercício da enfermagem: uma abordagem
ético-legal. São Paulo: LTR; 1999. 232 p.
Silva LMH, Zago MMF. O cuidado do paciente oncológico com dor crônica na ótica do enfermeiro. Rev Latino-am Enfermagem 2001 julho; 9(4):44-9).
Oliveira Furtado, AM.,Silva de Souza,  SR de O.,Da Silva Ramos, J., Ferreira, O enfermeiro frente ao paciente fora de possibilidade terapêutica: dignidade e qualidade no processo de morrer, 2011. In Revista Enfermeria Global.

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