A negligência na enfermagem é a falta de atenção ou cuidado, a inobservância de deveres e
obrigações que se evidencia pela falta de cuidado ou de precaução com quem
recebe os cuidados de saúde. A negligência
consiste na inação, inércia, passividade ou omissão; entendendo-se que é negligente
é a pessoa que podendo ou devendo agir de determinado modo, por indolência ou
preguiça mental, não age ou se comporta de modo diverso (Oguisso, 1999).
Na
situação VI, é relatado que uma jovem recém-formada, já trabalhando na área de
enfermagem comete uma das falhas mais comuns na enfermagem: a negligência. Ela se vê em uma situação em que sente nojo
do paciente e por isso não consegue realizar sua função. Em função deste
comportamento, sua colega de trabalho resolve denuncia-la para a supervisora do
setor. A supervisora procura conversar com a jovem a sós, e percebe que, na
verdade, a mesma não dá conta da a situação, pois tem medo de se infectar e não
consegue lidar com a gravidade do sofrimento de sua paciente.
Acreditamos que muitos
enfermeiros têm dificuldades em desenvolver o cuidado com o paciente, devido
fatores como a falta de conhecimentos específicos sobre o câncer, dor crônica e
sua terapêutica. Por essa razão também, eles têm dificuldades nas habilidades
expressivas para promover o apoio psicológico adequado (Silva & Zalgo,
2001). O graduando em enfermagem deveria, por isso, ter ao longo de sua
formação uma preparação psicológica, estudar sobre as diversas situações que certamente
encontrarão ao longo de sua vida profissional. Casos como este descrito
acontecem muito com enfermeiros recém- formados.
Foi
possível constatar que não há muita diferença entre enfermeiros formados há
muito tempo, em comparação com os recém-formados em relação no preparo diante
da morte e do morrer. Isso de evidenciou no fato de que não houve mudanças
significativas na formação dos futuros “enfermeiros” diante desta situação.
Embora boa parte dos enfermeiros não tivesse preparo para lidar com a morte,
muito deles a veem como um processo natural - um percentual de 61,1% - devido
seu preparo que acontecera no ambiente de trabalho (Furtado et al., 2011).
Como é
mostrado nessa pesquisa, os graduandos em enfermagem não estão tendo um preparo
psicológico principalmente em relação a morte
na faculdade, o que dificulta as relações de enfermeiro /paciente, nas suas
vivências profissionais.
Então, não basta saber as
técnicas, conhecer o funcionamento fisiológico do corpo humano, é importante os
estudantes terem noção da realidade hospitalar desde o início do curso.
Percebemos que a matéria de psicologia não é tão valorizada no curso de
enfermagem. Sendo de extrema importância que sejam incluídas mais disciplinas
que demonstrem a subjetividade do cuidado.
Oguisso T, Schmidt MJ. O exercício da enfermagem: uma abordagem
ético-legal. São Paulo: LTR;
1999. 232 p.
Silva LMH, Zago MMF. O cuidado do paciente oncológico com dor
crônica na ótica do enfermeiro. Rev Latino-am Enfermagem 2001 julho;
9(4):44-9).
Oliveira Furtado,
AM.,Silva de Souza, SR de O.,Da Silva
Ramos, J., Ferreira, O enfermeiro frente ao paciente fora de possibilidade
terapêutica: dignidade e qualidade no processo de morrer, 2011. In Revista
Enfermeria Global.
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