segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Situações X e XI

Situação 10 - A Dr. Maria é a neurologista de um hospital de referência no tratamento de epilepsia e outras doenças neurológicas do norte do país. Um dia sua enfermaria recebeu uma jovem de 16 anos vinda do interior com uma rara doença degenerativa do SNC. A jovem apresentava convulsões e comportamentos agressivos: Ela falava e ria alto, gritava palavrões e fazia gestos obscenos. A equipe teve que amarrá-la na cama para que ela não se machucasse ou agredisse alguém. Em pouco tempo, o comportamento dessa jovem começou a chamar atenção dos outros internos. Alguns pacientes começaram a fazer comentários sugerindo que a jovem não estava doente, mas era um caso de possessão espiritual. Que ela precisava ser exorcizada. A Dr. Maria entendeu aquela confusão como uma questão cultural típica da religião. O povo simples acreditava que problemas como epilepsia eram de fundo espiritual. Ela se perguntou se tinha como intervir no sentido de informar e tranquilizar as pessoas que, àquela altura, já estava totalmente assustadas.
Situação 11 – Aline (22 anos) é estagiária de fisioterapia, atende nas diversas clínicas de um grande hospital público e está prestes a concluir seu curso, tendo que encerrar seus afazeres neste hospital em uma semana. áHhh Há três meses, Aline começou a atender Julio, um jovem de 19 anos do interior, que nascera com uma má-formação na coluna e viera até a capital para realizar uma série de cirurgias de correção. Neste período, Aline e Julio criaram uma grande amizade. A supervisora dela passou a chamar atenção para o modo como ela estava se “apegando demais” a este paciente. Por várias vezes, diante de suas colegas de estágio, Aline fora aconselhada pela supervisora a observar a patente “preferência” que ela nutria por este paciente. Ela o visitava com mais frequência que o necessário, mais de uma vez chegara atrasada à supervisão por estar de bate-papo com Júlio, e, relatou em supervisão que numa conversa durante uma sessão, ambos trocaram telefones para manterem-se em contato após o termino do seu estágio. Agora, faltando uma semana para o final do estagio, Aline vem sentindo uma espécie de angústia e “aperto no peito” quando pensa em Julio. Aline reflete sobre as palavras de sua supervisora e se pergunta o que sente por ele. E seu eu estiver apaixonada, o que faço com esse sentimento? Ele deve ou não ser cultivado?   

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